sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

PAIS E FILHOS

O indivíduo nasce e o primeiro contato que ele tem, obviamente, é com a família. Ela é o seu núcleo básico para a sobrevivência. Não foi por acaso que Freud deu tanta importância para a figura do pai.
O clã representaria a reunião de indivíduos ligados pelo parentesco, por um ancestral comum.
A tribo seria a reunião de várias famílias e uma cidade-estado significaria a reunião das tribos (houve, como exemplos, Atenas e Esparta).

A realidade atual, com a delimitação de um território associado a uma nação e a um Estado, apareceu lentamente após a Idade Média (quando os indivíduos se organizavam em feudos autônomos e havia a unificação ideológica feita pelo cristianismo, representado pelo poder da Igreja Católica).

Esta síntese (bem simples) serve para mostrar que a realidade de hoje (com suas leis instituições, entre outras coisas) não existiu desde sempre. Houve outras formas de organização de indivíduos durante a história da humanidade. Serve ainda para mostrar um “olhar” sobre o passado, que é o ponto de vista da Europa Ocidental. Serve também para ressaltar a relevância da família em todo o processo.

Os pais exercem um grande poder na família. Não poderia ser diferente. Este poder não vem só de uma forma autoritária. As ideias e sobretudo os atos dos pais influenciam bastante a formação dos filhos. Os pais, de certa forma, influenciarão os comportamentos dos filhos na vida adulta.
Os filhos tornam-se uma representação distorcida e complexa das atitudes dos pais. O que acontece hoje na sociedade, na verdade, foi “plantado” e produzido, anteriormente, no período da infância.
Em outras palavras, os pais não podem simplesmente reclamar dos filhos ou de uma sociedade violenta e sem valores, afinal, os seus atos (20 anos atrás) contribuíram para isso.
Os pais, ironicamente, sofrem as consequências do que “plantaram” (de uma maneira consciente ou não). Não são vítimas. Não adianta culpar a ideologia “geral” do Estado que existe para defender os interesses de uma elite. Não resolve falar em “destino” nem em religião. De fato, os pais podem querer ser qualquer coisa exceto vítimas deste processo.

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